Fachada evidencia muito bem o costume da época de ter o comércio embaixo e a residência em cima. A casa era mais trabalhada, com mais riqueza de detalhes. Infelizmente não se sabe o nome do arquiteto, o projeto foi retirado da prefeitura, e não foi devolvido.
Desde muito antes de ter um blog, eu, como estudante de arquitetura na época, adquiri o gosto por visitar prédios históricos. Com a internet passei a compartilhar com o meu público, e eles, em troca, me indicam passeios interessantes para fazer. Assim foi com a Casa da Bóia.
O imóvel ainda permanece com o mesmo uso desde a sua construção, é muito raro isso acontecer. Pertence a família do Rizkallah Jorge, o fundador da Casa da Bóia, é preservado pelo patrimônio histórico.
O térreo, onde a loja ainda funciona, podemos observar boa parte dos móveis preservados da época, estantes de madeira maciça, moldes de peças e outros objetos permanecem em exposição. No dia da visita a região estava sem energia elétrica, por isso algumas fotos estão bem escuras.
Entrando no instagram consegui me inscrever para a visita guiada gratuita. Coincidiu com a Semana de Design de São Paulo (fiz dois posts, Martinelli e Misericórida); aproveitei para fazer um belo passeio pelo Centro da Cidade.
Detalhes da loja, que ainda preserva muito do que era original na época.
Fomos recebidos por dois historiadores, que nos contaram toda a história do Rizkallah Jorge, imigrante vindo da Síria, que se instalou em São Paulo, e fundou a fábrica e a loja em 1909, num casarão bem próximo ao Mosteiro de São Bento.
A história da fábrica e da urbanização da cidade andam juntas. Com o desenvolvimento da região muito com relação ao saneamento básico precisou ser feito, e a fábrica de material hidráulico prosperou para atender a nova demanda.
Piso superior foi restaurado. O pé direito impressiona, deve ter uns 7 metros. Portas ornamentadas, vitrais, pinturas nas paredes, clarabóias, é uma viagem no tempo.
Durante a visita podemos ver uma impressão em escala maior do catálogo de produtos vendidos pela Casa da Bóia., inclusive as matrizes para impressão ainad permanecem preservadas.
Mostruário que era levado aos eventos para a venda das peças. Atualmente eles imprimiram uma foto e fixaram para termos a real sensação da época. A robustez impressiona.
Portas de pinho de riga são maravilhosas. É muito gostoso poder vivenciar uma experiência como esta. Quantas vezes viajamos para a Europa e ficamos impressionados com os museus e prédios antigos? Mas esquecemos que ainda restam alguns no nosso país e precisam ser conhecidos.
Piso de madeira maciça, quadros e alguns objetos pessoais, como a escrivaninha ainda permanecem, a residência virou um museu da história da família.
Não me lembro o que era, mas o quantidade de ferro impressiona. A caixa registradora é uma das peças mais lindas que já vi pessoalmente. Inimaginável uma destas na atualidade, eram outros tempos.
Essa parte dos fundos foi aberta para visitarmos, apesar de não fazer parte, pois armazena o estoque da loja. Ela foi reformada, pois devido ao tempo, não resistirou. O restauro preservou o que foi possível; assim conseguimos ver as madeiras do telhado.
O
blog da Casa da Bóia é muito interessante e tem informações importantes sobre a história da cidade, dos imigrantes que a ajudaram a construir. Vale dar uma passada por lá.
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