Mobiliário Autoral - Minha Primeira Cadeira

Para finalizar o curso de mobiliário, fizemos um projeto autoral (se você não viu os demais posts, clique em poltrona náutica e poltrona krat) e gostaria de compartilhar minha experiência com vocês.

   
Resultado final. Fiz uma detalhes em preto, queria muito fazer cadeira com cores, vou aprimorar e quem sabe a próxima já aparece um amarelo, um azul...

Ficou bem confortável, mas não é aquela cadeira pra relaxar, 
quem senta fica com a postura bem certinha.

Logo no início do curso soube que faria uma peça minha. E a pesquisa começou. Visitei blogs, sites, e vasculhei designers famosos para entender um pouco das poltronas que eles criaram. Um peça que é tão "comum", como fazer algo diferente, inovador, e ao mesmo tempo de fácil execução? Parece que não tem muito o que mudar, um assento, um encosto, pés e às vezes braços. Mas me enganei, cada um dos meus colegas fez uma peça diferente da outra, usamos materiais diferentes, inclusive agregando técnicas como o macramê, e no final tivemos uma experiência bem transformadora.

   

   
Fotografei todas as etapas, adoro registrar os processos e voltar para analisar conforme passa o tempo. Hoje ainda está bem fresco na cabeça, mas com o passar dos anos algumas informações são perdidas.


Tenho facilidade em desenhar. Meu caderno chamava atenção nas aulas, mas só o desenho não diz nada. Aliás nunca desenhei cadeiras/poltronas, essas são peças esculturais, feitas por designers, nós arquitetos projetamos outras coisas. Mas decidi tentar. Queria colocar o tricô no encosto, unir mais de uma técnica que conheço, mas nas conversas com o professor, deixei de lado - por enquanto - e parti para um projeto mais "clean".

   

  
Olha só a quantidade de parafusos! 

A primeira decisão que tomei é que seria uma cadeira, e não uma poltrona. Pensei em reproduzir em casa e fazer assim as cadeiras para minha mesa de jantar. Outro ponto importante que tomei, era de não ser uma peça robusta, precisava ser limpa, simples, leve para ser tirada do lugar com facilidade, e de fácil execução.

   
Quase pronta, faltam as travas do meio.

Cheguei no modelo. Próximo passo cortar as madeiras. E esse trabalho não podia ser feito em aula, ou seja, as partes deveriam já estar cortadas e apenas a montagem poderia ser feita no curso. Muitos dos meus colegas levaram para marceneiros fazerem o corte, mas eu queria fazer tudo em casa, bem artesanal. Então meu sogro me ajudou a cortar todas as peças.

   
Sargentos para segurar as peças coladas. Usamos parafusos e cola também.

Sobre a montagem, fui meio que testando...errando e refazendo, sem muita preocupação. Não desenvolvi um super projeto, precisei refazer algumas partes, e até acrescentar um travamento, mas no final ficou super bom e só agregou ao meu trabalho.

Queria criar uma cadeira só com encaixes. Trabalho muito complexo, não consegui. Aliás o professor me sugeriu colocar muitos parafusos, bem mais do que desejava...achei que ficou exagerado, mas acatei as dicas dele. Espero na próxima criar encaixes que me permitam usar menos parafusos, e acho que consigo.

   
Prontinha. Tirei a foto lá no Sesc mesmo, no meio da oficina. Adoro esse
 espaço, tenho aprendido tanto aqui.


No curso não daria tempo para desenvolver tanto, por isso não tive como aprofundar melhor sobre esse tema, e foi meu primeiro contato com esse tipo de trabalho. Na faculdade reproduzimos a cadeira zig zag, mas faz tanto tempo que nem me recordo como foi, e é projeto de designer, não tem como contestar que funciona.

Maquetinhas, a peça final tem um pouco de cada uma.

Cada vez mais venho me conectando com a madeira. O bambu, apesar de não ser madeira, é um material muito similar...as xilogravuras que faço, os carimbos das minhas estampas, tudo está ligado e vejo que venho evoluindo e me descobrindo nessa área.


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